sábado, 1 de agosto de 2009

Um mero clube?

Na Grécia, Turquia, Inglaterra, Espanha, etc, etc, a paixão pelo futebol, fervilha em particular no inicio da época, mais concretamente no dia anterior ao jogo e ainda mais nas horas/minutos/segundos antes da hora do começo do jogo.
Seja clube distrital, seja de 2º ou 1º divisão a paixão pelo clube é a mesma, e não é compreensível que numa fase menos boa, o desinteresse dos adeptos seja evidente, ainda para mais num inicio de época.
Pois bem, quem se desloca ao estádio na ânsia de ver o Beira-Mar jogar, seja em que competição for, depara-se com uma monotonia que já não se vê em quase lugar algum, as pessoas vão se for de graça, aí talvez venha ao de cima a importância do regresso ao Mário Duarte.
A claque da qual faço parte, encontra-se com nada mais nada menos que 8 pessoas (regulares), ás vezes ultrapassa as 15 se o Beira-Mar andar numa maré de vitórias e repare-se que já teve centenas de "participantes" ou "Ultras" (não sócios claro, neste momento os sócios andam por volta da meia centena) ... e isso é o mais surpreendente, parece que o Beira-Mar tem de andar na primeira para motivar, quando no entanto só o facto do Beira-Mar correr no relvado, deveria ser motivo mais que suficiente para a paixão pelo clube vir ao de cima.



Amanhã contra o Freamunde não será assim de certeza... e porquê?

9 comentários:

Ga b riel Ba lta zar disse...

É uma excelente questão André.

A verdade é que essa foto já tem uns anos, é no velhinho estádio, o Beira-Mar estava na 1ª Liga a dar cartas e a claque Ultras Auri-Negros tinha um líder fortíssimo. Capaz de mover muita gente em torno do objectivo "Amar o Beira-Mar". A direcção da claque chegava a variados potnos do concelho de Aveiro.

Eu entrei para os UAN com 15 anos numa altura em que em Cacia se formava um núcleo do grupo com gente motivada e interessada em ver futebol e apoiar o clube da Terra. Não me parece que tal força de mobilização chegue e Cacia ou a outros pontos do concelho.

O Beira-Mar foi caindo... desde 2005 que a claque tem passado por várias direcções corajosas, mas, a meu ver, com pouco força (comparada à da direcção do Nuno QM) para cativar massas para se integrarem no grupo e a nele participar. A renovação da claque tem sido lenta e com o passar dos anos os seus membros mudam o seu estilo de vida (ou porque trabalham aos fins-de-semana, ou porque vão estudar para fora... etc...) e como ser Ultra não é remunerado...

Acho mesmo que nas actuais circunstâncias do grupo, mesmo que o Beira-Mar estivesse na primeira liga, jamais os UAN atingiriam os 497 membros que alcançou em 2004...

Amanhã espero uma vitória.

Parabéns pelo problema que levantaste... Um abraço.

Jose Ribeiro disse...

A realidade é só uma: um estádio que em nada caracteriza a realidade do nosso clube e completamente deslocado da cidade!
Para isso bastava ir ver o jogo Beira-Mar vs Trofense em que a ex-bancada dos socios estava praticamente cheia num dia da semana a meio da tarde.
A paixão nao morreu longe disso...o Beira-Mar é que se afastou da mesma.
No entanto sou dos "poucos" que continua a ir ver todos os jogos e mais uma vez hoje la estarei! Nao posso aproveitar este comentario para voltar a dizer que o regresso ao antigo e unico Mario Duarte seria benefico a nivel financeiro e desportivo e serviria para o reavivar da ligaçao cidade/clube.

André Raio disse...

Muito obrigado pelas opiniões.
Aos poucos, através da vivência e opiniões variadas, também começo a achar que o mais certo seria o regresso ao antigo estádio, mas por agora mantenho-me neutro.
Abraço.

DC disse...

O Gabriel Baltazar "pôs o dedo na ferida".

Os Ultras Auri-Negros precisam de alguem que seja um verdadeiro líder entre os membros. Alguem que saiba gerir e que tenha ideias. Alguem que saiba ouvir e debater opiniões. UMA DIRECÇÃO!

Actualmente, os UAN encontram-se sob uma Comissão que foi eleita a "pontapé" para a claque não acabar. Dou os parabéns por não deixarem os UAN acabarem mas não devem nem podem ficar a "arrastarem-se" até final da época. Devem procurar soluções directiva quiçá até Dezembro.

Quando falo em soluções directivas refiro-me a encontrarem um líder/presidente com projecto pois eleita da forma que foi demonstra talvez falta de objectivos.

Será que nessas 8/9 pessoas "regulares" da claque não existem ideias/projectos?

Qual o futuros dos UAN?

DC disse...

*futuro

André Raio disse...

Boa noite Diogo.
Sim tens razão, mas não me parece que para já, "apareça" um líder capaz de trazer a claque ao que era.
Era bom que tal não tardasse a acontecer, uma vez que uma claque em peso, como é do conhecimento geral, motiva tanto equipa, como adeptos (não participantes na claque).
Ontem, parecia que estávamos em casa do Freamunde, e não na nossa.
Cumprimentos.

DC disse...

Boas André.

Quando me referi a encontrar um líder não me referi a ser igual à era do NQ pois hoje em dia acho que existem mais meios para a promoção da claque na cidade e nos jovens.

Eu que estou por fora, não estou a ver que apareça um líder do nada. Acho que este deve ser, digamos, procurado. Talvez o Gabriel tenha um projecto para os UAN:D

A ver vamos no que isto dá, por fora é claro.

André Raio disse...

Mas um líder não traz gente, eram preciso campanhas,e a legalização também seria um passo bastante importante nesse aspecto.

Nuno Q. Martins disse...

Caro André,

Peço desculpa por só hoje responder ao desafio que deixaste na caixa de comentários do BN, mas estive de férias fora do país e durante duas semanas não acedi à internet.

Entretanto, já foram publicados outros posts sobre o momento dos UAN, mas vou deixar o meu comentário aqui.

A questão que começas por levantar no post, nomeadamente, as diferentes formas de sentir e viver o fenómeno desportivo em países e culturas diferentes, é incontornável. Confesso que, nas viagens que tenho tido oportunidade de fazer, se há algo que procuro sempre é aprofundar o conhecimento sobre a ligação dos povos às modalidades desportivas e aos clubes.

Comparar realidades tão distintas de outros países com a nossa realidade, é um exercício fácil. No entanto, para entendermos o que se passa com a massa associativa do Beira-Mar e, em concreto, com os UAN, temos de ter em conta um conjunto de factores que concorrem e/ou concorreram para a situação actual.

A ideia que tenho hoje, resulta de uma vivência de quase 20 anos de Beira-Mar e de um constante exercício de reflexão sobre a evolução demográfica da região de Aveiro, o seu desenvolvimento económico-social, a situação do clube (enquanto um todo e não apenas como clube de futebol) e a cultura desportiva dominante em Portugal.

Desenvolver estes tópicos neste espaço seria fastidioso. Penso que este é um tema que deve ser tratado com algum cuidado, pois ao debitarmos meia-dúzia de ideias / percepções, de forma leviana, poderemos estar a inviesar a discussão.

A situação actual dos UAN é, em grande parte, indissociável do momento de crise que o clube atravessa. Penso, também, que tem existido alguma inabilidade dos UAN para contrariar a adversidade. No entanto, não me é legítimo criticar ninguém, pois deixei a direcção dos UAN por iniciativa própria e, desde então, tenho procurado ajudar as diferentes direcções/comissões no que está ao meu alcance.

Contudo, acho muito positivo que o momento dos UAN suscite discussão e que existam pessoas interessadas em participar nessa discussão. Ainda assim, penso que será mais profícuo que estas discussões sejam mais promovidas no seio do grupo e menos nos blogues e fóruns virtuais.

Pela minha parte, estarei disponível para dar o meu contributo nessa discussão, bem como, apoiar qualquer solução directiva para os UAN que tenha bondade nos seus propósitos.

Saudações Auri-Negras.

P.S.- Detesto a terminologia "claque". Sempre a recusei. Os UAN são uma associação juridicamente constituída e, na sua génese, um grupo de amigos que tinha em comum o amor pelo SC Beira-Mar. Claques, para mim, são aqueles que se juntam para serem "patrocinados" por alguém para, supostamente, apoiar alguma coisa. E esses, por serem uma "claque", jamais se indignam contra os seus "patrocinadores". Transformam-se em rebanhos que seguem os respectivos pastores mesmo que esses os conduzam para o abismo.